Ata da III Sessão Sinodal

PREFEITURA DA CASA PONTIFÍCIA
X Sínodo dos Bispos
Caminhos Fraternos: Laicato e Sacerdócio Batismal


SESSÃO TERCEIRA
COMISSÃO SINODAL PARA AS AÇÕES MISSIONÁRIAS
Segunda-feira da XIII semana do Tempo Comum
29 de Junho de 2020

Por mercê de Deus, deu-se início a III Sessão Sinodal do X Sínodo dos Bispos, a 29 de Junho do ano do Senhor de 2020, sob o pontificado de João Paulo VII, ministrada por sua eminência reverendíssima Dom Tomás von Klapperschlange cardeal Araújo, Rev. Côn. Mauro Araújo Capellari e pela senhora Alccione Catherine.
As considerações da Comissão Sinodal para as Ações Missionárias, se iniciaram com Dom Tomás, que explanou acerca do objetivo dessa comissão, em suas palavras: “Ressignificar a ação missionária”. Recordou-nos que a missão é algo, em seu cerne, simples: uma conversa. Rememorou-nos também, das dificuldades da missão: muitas vezes somos ignorados, mal recebidos, maltratados. Também citou uma das grandes barreiras que existem no trabalho missionário: a formação do leigo evangelizado.
Após a fala de Dom Tomás Araújo, Dona Alcione Catherine, 1° secretária da comissão, falou um pouco sobre as problemáticas que encontramos em nossos caminhos durante o trabalho evangelizador, citou a apostasia crescente principalmente entre os mais jovens, o ódio a Deus e a tudo que a Ele remeta, o questionamento constante sobre a presença de Deus e sobre a veracidade de sua existência e outras realidades muito presentes, infelizmente, nessa nossa geração.
Ainda no uso da palavra, ressaltou que muitas pessoas dentro da própria Igreja têm culpa disso, em suas palavras: “Infelizmente não posso deixar de dizer que muitas pessoas da Igreja têm culpa disso. Mas por quê? Estamos em tempos diferentes, em tempos que as diferenças predominam: sexualidade, modo de viver. Pessoas dentro da Igreja muitas vezes não sabem lidar. Não ser do mundo (porque somos peregrinos aqui, já dizia Jesus), não quer dizer que não estamos no mundo, muito pelo contrário! Estamos no mundo sim! E se estamos no mundo, convivemos com diferenças, e nós, como Igreja exercendo o papel de evangelização, devemos exercer aquilo que Jesus  nos deixou como mandamento: O AMOR!” destacou ela.
Relembrou-nos da necessidade e da evidente importância do amor no trabalho de evangelização. E encerrou admoestando os presentes a pesquisarem e estarem por dentro de problemas que têm se agravado cada vez mais, como a depressão, ansiedade e afins.
Findada a alocução de D.ª Alcione, o Santo Padre comentou muito brevemente sobre a importância lembrada pela secretária, de estarmos atentos à atualidade, àquilo que atinge a sociedade hoje, para que a partir do conhecimento que temos desses assuntos, possamos idealizar e colocar em prática ideias para tornar a evangelização mais eficaz.
Dando continuidade à participação da comissão, Dom Klapperschlange discorreu acerca de alguns pontos de como NÃO fazer a missão, como NÃO se portar, previamente estabelecidos por ele e pelos colaboradores da Comissão.


O que não fazer:
·         Gritar desesperadamente coisas como: “QUEEEEMM QUER SER PADREEEEE???”;
·         Dançar;
·         Usar roupas extravagantes;
·         Outros meios “incomuns” de apresentação para se chamar atenção.
E comentou acerca desses pontos dizendo: “A Igreja não é lugar de loucos muito menos de estranhos. Não há motivo para agir desta maneira. A Igreja e os católicos já são ridicularizados e perseguidos por natureza por sermos contra as práticas de hoje em dia! Não convém dar mais motivos para chacotas”. E falou também sobre um ponto já mencionado e frisado por outros epíscopos: A postura. E citou ainda, algumas orientações de como fazer a missão, como se portar:
O que fazer:
·         Vestes próprias, nada fora do comum do clero;
·         Não dance, não é uma festa;
·         Nas conversar com os leigos, sempre sussurre;
·          Jamais, nunca, em hipótese nenhuma faça piadas desnecessárias em público, MUITO MENOS de cunho sexual.
E encerrou dizendo o quão esdrúxulo e repugnante é alguém de batina fazendo piadas desnecessárias, principalmente de índole sexual, e usando gírias de comunidades alheias a Igreja. 
Encerrada a loquela de Dom Tomás, Sua Santidade disse que a partir de toda ação missionária, detém-se o testemunho. “Só podemos anunciar aquilo que vivemos: testemunhar o que se torna para nós verdade e corriqueiro, então, para além dos nossos atos públicos, até mesmo nas particularidades entre os clérigos, é necessário manter a postura e a retidão cristãs. Principalmente nos ambientes que dizem respeito ao corpo da Igreja, seja no Habbo ou suas extensões, idem para o que concerne a convivência extra-habbiana, para que não haja uma confusão entre o que anunciamos/testemunhamos, e aquilo que acreditamos ou concordamos. É salutar destacar essa parte” comentou ele.
Depois disso, abriu-se o espaço para que os padres sinodais pudessem comentar e fazer suas considerações acerca daquilo que já fora tratado até o momento. Dom Apolônio Materazzi relembrou um trecho da carta da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e de Vida Consagrada, que fala sobre a importância de sairmos em missão e não ficarmos trancafiados em nossas igrejas e edificações, mas ir ao encontro daqueles que necessitam de ouvir a palavra do Senhor, de receber o anúncio.
Alguns outros padres sinodais também comentaram acerca dos temas discutidos e apresentados, contando experiências vividas em missões, propostas para tornar a evangelização mais dinâmica entre outras temáticas.
Em seguida, o Rev. Mauro Araújo Capellari discorreu sobre o que é e qual a importância na evangelização do “kerigma”. Segundo ele, “Kerygma é uma palavra grega que significa “proclamação”. Kerix é o mensageiro, o que traz a boa notícia. Por isso se dá o nome de kerigma ao anúncio do evangelho. Esse primeiro anúncio, esse chamado constante ao primeiro amor, é extremamente necessário em nosso orbe Habbiano. É estarmos numa constante postura de anunciadores, aqueles que são os arautos do Senhor, que proclamam a Verdade que é Jesus Cristo (cf. João 14, 6)”.
Ressaltou ainda que “hoje mais que nunca, nesse tempo de pandemia na realidade e de cisma aqui no jogo, precisamos relembrar o primeiro amor: o amor com que o Senhor nos amou, para que assim, retornando a esse amor, possamos exercer bem nossa missão de Kerix, isto é, mensageiros da boa nova, para ajudarmos aqueles que estão cegos pelo orgulho, soberba e vaidade ou pelo desespero e pela histeria”. Lembrou-nos que não podemos esquecer-nos de evangelizar também nossos parentes, amigos, aqueles que estão mais próximos, porque eles também necessitam ouvir o primeiro anúncio e recordarem o amor que o Senhor tem por eles.
E pediu: “Que possamos deixar que o Espírito Santo, que conduz a Igreja desde a sua fundação, aja em nós e possa nos impelir a um ardor missionário apostólico, assim como os apóstolos e a Virgem Maria ficaram cheios do Paráclito e sentiram o fogo da missionariedade!”.
Por fim, citou ainda duas propostas da Comissão para serem colocadas em prática por toda a Igreja, são elas:
·         Que fique um clérigo na assembleia, sem concelebrar. Este cuide das confissões e de conversar com os leigos que chegam, procedendo da maneira que já falamos acima;
·         Após as celebrações, não se corra para as sacristias, permaneça-se e converse com os leigos presentes.
E, concluindo sua participação, recordou-nos de nosso dever como pastores: “Somos pastores, e devemos ter o cheiro das ovelhas!”.
Logo após, mais pessoas tiveram espaço para suas considerações, comentar as temáticas já abordadas, propostas de intervenções e afins.
De volta ao púlpito, dom Tomás falou ainda sobre mais um ponto de grande relevância e que é, muitas vezes, uma imponente barreira à fidelização dos leigos: a formação. “Chegando neste ponto, é importante que o leigo seja formado convenientemente e em breve período: procurar vários sites é algo maçante e chato. Portanto, esta Comissão Sinodal recomenda:
·         Um site próprio para a formação laical, incluindo links, imagens e exemplos ricos e muito didáticos e de linguagem simples.
·         Seria interessante também, no limite do possível, uma Escola própria para isso, uma espécie de ‘Seminário de leigos’, regido por leigos, caso se disponham, ou por clérigos com larga experiência pastoral” disse ele.
Propôs também algumas iniciativas que podem ser tomadas:
·         Introduzir o leigo ao clero e às suas extensões (Whatsapp e Discord, por exemplo), fazendo com que os clérigos o recebam, pondo-os nos nossos grupos. Nada temos a esconder, assim devemos permanecer;
·         Para que o leigo não desanime, seria interessante catequeses sazonais (semanais, quinzenais, mensais, etc.), ministradas pelos próprios leigos ou por clérigos que tenham a mesma experiência pastoral supracitada;
·         Outros encontros como retiros, procissões, eventos, precisam acontecer e contar com a ajuda dos leigos.
E continuou: “Não sabem? Ensina, ora. Paróquias precisam de paroquianos. Párocos precisam ser pastores; Nada é mais motivador que se sentir importante: abram espaço para os leigos, chamem eles para conversar, para ajudar em algo, para pregar, não só para encher banco! Isso inevitavelmente vai o formar pelo serviço.” E encerrou dizendo: “Assim, com formações, pregações, catequeses, mas, principalmente, sentindo-se úteis e participantes do clero, os leigos perseverarão no amor, e quem sabe, se assim Deus quiser, converter-se-ão na realidade. Este é nosso grande objetivo aqui no Habbo!”.
A Sra. Alccione falou ainda uma última vez antes de ter que se ausentar, quando citou alguns pontos relevantes para cativar os leigos, e colocá-los engajados na Igreja se sentindo e verdadeiramente sendo partes atuantes de seu corpo: dar mais atenção aos leigos, fazê-los se sentirem importantes, promover eventos como procissões, encontros, eventos em geral e colocar os leigos para exercerem posições de relevância na organização e execução destes eventos, dentre outros.
O Rev. Mauro falou uma última vez ainda, reiterando a fala de D.ª Alccione, relembrando e exortando os padres e bispos à humildade, uma virtude tão importante e que tem sido perdida por parte de alguns, citando ainda o caso de alguns fiéis que o procuraram tendo sido ignorados e até mal recebidos por parte de alguns clérigos. Ressaltou mais uma vez a necessidade de estar próximo às ovelhas, ter o cheiro delas. E encerrou dizendo que não podemos construir muros entre nós e os fiéis leigos, e sim pontes para nos aproximarmos!
Para dar fechamento a apresentação da Comissão Sinodal para as Ações Missionárias, Dom Tomás tomou a fala para fazer uma síntese de tudo o que foi falado e rememorou os 4 gestos concretos propostos pela comissão:
1.      Criação de um site para a formação dos Leigos;
2.     Criação de uma escola dedicada exclusivamente à formação dos leigos;
3.     Criação de uma pastoral da acolhida, voltada para receber e introduzir os leigos ao clero;
4.    Criação das Santas Missões: um grupo que não se limita ao Habbo, mas sai em missão por todo o orbe Habbiano.

Dom Iago dirigiu-se ao púlpito onde agradeceu a Comissão e a atenção dos presentes, encerrando a conferência. Por fim, o santo padre concedeu a bênção e despediu os padres sinodais.
Concluiu-se, então, a III Sessão Sinodal do X Sínodo dos bispos, aos 29 dias do mês de Junho do ano do Senhor de 2020, sob o pontificado de João Paulo VII.

Escrito pelo Reverendíssimo
Côn. Mauro Skol Sharpen Araújo Capellari
Revisto e aprovado por Sua Eminência Reverendíssima
D. Tomás Skol Sharpen Abels von Klapperschlange cardeal Araújo